À medida que a dengue hemorrágica progride, os sintomas se tornam cada vez mais graves e específicos, sinalizando uma emergência médica.
Um dos primeiros sinais de agravamento é o surgimento de sangramentos espontâneos, que podem ocorrer de diferentes maneiras.
Esses sangramentos se manifestam pelo nariz (epistaxe), gengivas, além de manchas roxas e vermelhas na pele, conhecidas como petéquias e equimoses, que indicam pequenos sangramentos sob a pele.
Estes sinais são um alerta de que o sistema de coagulação do corpo está comprometido, e o paciente corre um risco elevado de complicações hemorrágicas.
Outro sintoma crítico da dengue hemorrágica é a dor abdominal intensa e persistente.
Esse tipo de dor é um indicador de que a doença pode estar afetando órgãos internos, como o fígado, que frequentemente fica inflamado em casos severos de dengue.
Essa dor abdominal pode ser acompanhada por vômitos contínuos, que não aliviam com o passar do tempo.
Em algumas situações, a dor abdominal pode ser confundida com outras condições, como apendicite, mas a presença de febre alta e o histórico de exposição ao mosquito Aedes aegypti ajudam a reforçar a suspeita de dengue hemorrágica.
Além dos sangramentos e dores abdominais, a dengue hemorrágica também provoca uma queda acentuada da pressão arterial.
Isso ocorre porque o sangue começa a escapar dos vasos sanguíneos, causando vazamento de líquidos nos tecidos.
A pressão arterial baixa leva a sintomas como tontura, dificuldade para respirar e sensação de fraqueza extrema, que pioram quando o paciente se levanta ou tenta se mover.
Esse quadro de hipotensão pode evoluir para um estado crítico conhecido como choque hemorrágico, onde o corpo não consegue manter o fluxo de sangue suficiente para os órgãos vitais, resultando em um risco elevado de falência múltipla de órgãos.
Outro sinal de que a dengue hemorrágica está em um estágio avançado é o comprometimento do sistema circulatório.
O paciente pode desenvolver palidez, suor frio e extremidades (mãos e pés) frias, o que indica que o corpo está priorizando o fluxo de sangue para os órgãos vitais, como o coração e o cérebro.
Esses sintomas, aliados aos sinais de sangramento e hipotensão, são indicadores de uma situação crítica que exige intervenção médica imediata para evitar a progressão para o choque e o risco de óbito.
Quando Procurar Ajuda Médica
A identificação e o reconhecimento dos sintomas descritos, especialmente os sinais graves como sangramentos, dor abdominal intensa e queda de pressão, tornam urgente a busca por ajuda médica.
A dengue hemorrágica é uma emergência, e quanto mais cedo o paciente receber atendimento, maiores são as chances de evitar complicações fatais.
No caso de sintomas como febre alta persistente acompanhada de dor de cabeça, dores nas articulações e fadiga, é crucial procurar uma unidade de saúde para avaliação e diagnóstico preciso.
Durante a consulta, o médico poderá solicitar exames de sangue específicos, como o hemograma completo, que permite verificar a contagem de plaquetas (responsáveis pela coagulação do sangue) e de leucócitos (glóbulos brancos), além dos níveis de hematócrito, que ajudam a identificar o risco de hemorragias.
O acompanhamento médico é essencial para monitorar esses parâmetros e agir imediatamente caso ocorra uma queda acentuada nos níveis de plaquetas ou um aumento no hematócrito, que indicam perda de líquido e necessidade de tratamento intensivo.
O tratamento precoce para dengue hemorrágica inclui a reposição de líquidos e o monitoramento constante dos sinais vitais.
Em casos graves, pode ser necessária a internação em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para que o paciente receba o suporte necessário e para evitar que a doença progrida para um quadro de choque.
A reposição de fluidos intravenosos é fundamental para manter o fluxo sanguíneo adequado, e a administração de analgésicos e antitérmicos, sob supervisão médica, ajuda a controlar a dor e a febre.
Por fim, o tempo é um fator decisivo para a recuperação segura do paciente com dengue hemorrágica.
Buscar atendimento imediato ao observar qualquer sinal de agravamento dos sintomas faz uma grande diferença no desfecho clínico.
A dengue hemorrágica pode ser devastadora, mas com intervenção médica rápida, os riscos de complicações e óbito podem ser significativamente reduzidos, garantindo ao paciente uma recuperação mais segura.