Os sintomas da dengue, como febre alta, dores no corpo e exantema, podem se confundir com outras doenças virais, o que pode dificultar a identificação imediata.
Outras doenças, como zika, chikungunya e até Covid-19, compartilham sintomas similares, especialmente no início, o que pode gerar dúvidas sobre qual infecção está causando o mal-estar.
Cada uma dessas doenças é transmitida por diferentes vetores ou formas de contato, e todas são provocadas por vírus, mas apresentam características específicas que ajudam a diferenciá-las da dengue.
Abaixo estão alguns pontos fundamentais para ajudar o leitor a identificar os sintomas específicos da dengue em comparação com outras doenças virais.
Intensidade da dor
A dengue é conhecida por causar uma dor muscular e articular muito intensa, que muitas vezes é descrita como “febre quebra-ossos” devido à severidade do incômodo.
Essa dor tende a ser mais forte e difusa em comparação com a zika e a chikungunya.
No caso da chikungunya, as dores articulares podem ser mais localizadas nas mãos e pés e podem persistir por meses.
Na Covid-19, as dores no corpo geralmente são mais leves e vêm acompanhadas de sintomas respiratórios, como tosse e falta de ar, o que ajuda a diferenciá-la da dengue.
Presença de exantema e dor atrás dos olhos
A dengue frequentemente causa exantema (manchas vermelhas) na pele e dor atrás dos olhos, sintomas que não são tão comuns em outras doenças.
A zika também causa exantema, mas tende a apresentar uma febre mais baixa e dores menos intensas. A Covid-19 raramente causa exantema e quase nunca é associada a dor atrás dos olhos.
A presença desses dois sintomas específicos – exantema e dor ocular – são, portanto, indicativos mais comuns de dengue.
Ausência de sintomas respiratórios na dengue
A dengue, em geral, não causa sintomas respiratórios como tosse, dor de garganta ou congestão nasal, comuns na Covid-19 e em gripes sazonais.
Essa ausência de sintomas respiratórios na maioria dos casos de dengue pode ser um sinal importante para diferenciar a infecção de outras doenças virais que afetam o sistema respiratório.
Nos casos em que há dúvida, exames laboratoriais, como o teste sorológico para dengue, podem confirmar a infecção e esclarecer o diagnóstico.
Duração e padrão da febre
A febre na dengue é alta e contínua, geralmente entre 39°C e 40°C, e tende a durar de 2 a 7 dias, enquanto na Covid-19 e na gripe comum, a febre pode variar em intensidade e frequentemente é acompanhada de picos e reduções ao longo do dia.
Na zika, a febre é mais baixa e de curta duração, o que também a diferencia da dengue.
Possibilidade de co-infecção
Em algumas regiões, o mesmo mosquito Aedes aegypti pode transmitir tanto dengue quanto chikungunya e zika, o que pode resultar em infecções simultâneas.
Nessas situações, os sintomas podem ser mistos, e a consulta médica torna-se ainda mais necessária para um diagnóstico preciso.
Se houver dúvidas sobre os sintomas, é recomendável buscar atendimento médico e realizar um teste laboratorial para confirmar ou descartar a dengue.
Testes como a sorologia e o PCR são úteis para identificar a presença do vírus da dengue no organismo e diferenciar a doença de outras infecções virais.
A confirmação médica é essencial para garantir o tratamento correto e evitar complicações.
Quando Procurar Ajuda Médica
A dengue exige atenção desde o surgimento dos primeiros sintomas. Caso a febre, dores intensas e outros sinais persistam por mais de três dias, é altamente recomendável procurar assistência médica.
O acompanhamento médico é crucial, pois a dengue pode evoluir rapidamente para formas mais graves, como a dengue hemorrágica, que inclui sintomas de alerta.
Esses sintomas de alerta incluem sangramentos em gengivas, nariz, urina ou fezes; dor abdominal intensa; vômitos frequentes; e sintomas de fraqueza e letargia.
A presença de qualquer um desses sinais indica uma necessidade urgente de atendimento médico.
Para alguns pacientes, como crianças, idosos e pessoas com condições de saúde preexistentes, a dengue pode representar um risco ainda maior, exigindo monitoramento cuidadoso em ambiente hospitalar.
Em casos graves, pode ser necessária a internação para administrar hidratação intravenosa e monitorar os sinais vitais, prevenindo o agravamento para uma condição crítica.
Buscar ajuda médica desde o início aumenta significativamente as chances de uma recuperação mais rápida e reduz o risco de complicações sérias, como choque e desidratação severa.